domingo, 12 de agosto de 2012








Prisão

O sol na vidraça. As mãos geladas, os pés gelados.
Quase meio-dia.
O dia pede cobertor, proteção contra o frio.
A vida também.
Tenta se aquecer, fazer alguma coisa que anime. Não dá.
O sol insiste contra a janela, mas perde.
A vida insiste contra o desânimo, mas perde.
Só resta o cobertor: proteção e esconderijo.
Lá fora há vida. Todos, ao sol, aquecem-se.
Aqui frio.
Frio nas mãos, nos pés, na pele, na alma...
Sob um cobertor de solidão, a vida adormece.
E o sol radiante... lá fora.