A escuridão a excitava. Gostava das sombras e de imaginar
monstros sob a silhueta da lua.
Não tinha medo. Nunca teve. Conversava por horas com figuras
imaginárias, criadas pelo jogo de luz e sombras no jardim.
Se havia névoa, melhor! Tudo parecia mais misterioso. Seu
coração, então, disparava. Era tanto pra imaginar!
Cresceu assim: apegada à solidão. Amiga das fases lunares.
Brincando de esconde-esconde com a neblina. Contando segredo às formas
sombrias.
Ser estranho, canhoto, enigmático.
Mudou-se. Na cidade, perdeu o luar. As sombras eram
traiçoeiras. Como agora imaginar? Onde agora se esconder?
Virou poetisa. Submergiu no mundo das palavras. Oculta-se em metáforas, joga com antíteses,
cria raras rimas.
O coração, de novo, dispara: ritmadamente!
Ser estranho, canhoto, enigmático...
Bom demais!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirUm beijo