Pediu perdão.
Ainda não sabia bem o que havia acontecido quando a porta
bateu atrás de si. Como pudera?
Sentiu um misto de vergonha e desespero. Jamais seria a
mesma. Não havia volta.
O coração doía como nunca. A porta fechada nunca mais se
abriria. Sabia disso e isso era doloroso. Uma parte de sua vida tinha se
desmoronado. Fato! Pela primeira vez riu de si mesma.
Fez questão de atravessar a rua na faixa. Já havia se desviado demais!
Um vento morno anunciou mudança de tempo. Mudança!
Irremediável mudança! O coração pareceu desmaiar dentro do peito. Não queria
mudar. Vacilara, com certeza, mas todo mundo erra! Por que somente ela deveria
sofrer tanto? Por que pra ela não havia perdão? Sentia-se só. Perdida. Por isso
tomara o caminho errado. Por isso imaginou, por isso arriscou, por isso perdeu!
Teve vontade de voltar e novamente pedir perdão, mas sabia
que não adiantaria. Repetiu, então, mentalmente, seu pedido de perdão tantas
vezes quanto achou necessário. Desejou fortemente que a dor fosse somente sua.
Atravessou a noite querendo um ponto de restauração. O
momento mágico em que a decisão ainda não tinha sido tomada.
Amanheceu sem forças com os olhos cansados de não dormir. Arrumou-se
para encarar o dia e a nova vida que tinha pela frente. Vestiu-se de dignidade
e respeito, armou-se de coragem e saiu.
Do outro lado da cidade, alguém amanhecia certo de que
perdão fora feito pra ser concedido.
Adorei o texto!
ResponderExcluirUm beijo grande
•°♡♡彡º°。
ResponderExcluirPassei para uma visita.
Vi a ilustração do texto no blog do Toninho... achei super original.
Pensei que era um blog de fotografia... sou apaixonada por fotografia.
Mas encontrei um texto lindo, coerente e cheio da poesia do cotidiano.
Se alguém pensa que não pode ser perdoado, sempre há alguém que pensa que há perdão para tudo.
Li vários textos e amei!!!!
Bom domingo e boa semana!
Beijinhos.
¸.•°♪♬♫º°