sábado, 16 de abril de 2011

Odete



Nunca fui mulherzinha. Sou esporrenta, não levo desaforos pra casa. Se gritam comigo, falo mais alto. Se quero alguma coisa, vou atrás. Em criança, chamavam-me de moleca, mulher-macho. Mais que nada! Gosto de homens. Principalmente dos fortes, que sabem segurar uma mulher. Conheci um há muito tempo. Alto, sem frescuras, largadão, sandálias nos pés. Sempre de bermudas. A gente se entendeu muito bem. Futebol, cerveja, churrasco, cama. Ríamos de tudo. Éramos parceiros em tudo. Ficamos assim, repartindo a vida por quase trinta anos! O idiota morreu e me deixou aqui.

Tem problema não. Sou de encarar, não de fugir. Resolvo tudo com meia dúzia de palavrões: tristeza, saudade, solidão, desesperança... Não tem tempo ruim.

Estou meio preocupada, ultimamente quase só falo palavrões. Tenho até me esquecido das outras palavras...

Dane-se! A vida continua. Esse negócio de sofrimento não combina comigo. Não sou mulherzinha! Porra!

8 comentários:

  1. Caraca! conheci uma Odete igualzinha rs rs rs eu era moleque e ficava escondido ouvindo o papo dela lá em casa (uma outra casa rs rs rs.
    Se preoculpe ela já morreu.
    rs rs rs rs
    Um beijo

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  2. Profundo texto... Há dor navegando pelas entrelinhas... Belo e tocante desabafo!

    Amiga, carinhos meus pra ti...
    Beijos

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  3. "E que seja permanente essa vontade de ir além de tudo que se espera..."

    Tb adoro vir aqui....

    Um dia de domingo beeem legal a vc.

    beijo

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  4. E q essa força sempre faça de vc uma grande mulher.

    bom domingo.

    beijos mil!

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  5. Oiieeeeee,
    Você já demonstrou que tem força para superar a perda. Que Deus ilumine o seu caminho sempre.

    Beijussssss

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  6. Esta é a verdade: a vida continua. E precisamos continuar, também! :) Boa semana.

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  7. Ah, aqui estamos falando das Marias Maria que lutam e vao a forra e que nao se entregam.Lindas estas mulheres de fibra e açõ, e com um coração amavel.Gostei.

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