segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Natural


No verão,


O ribombar das nuvens no céu

Os raios flamejantes no horizonte

As fortes chuvas sobre minha vidraça

A água escorrendo farta sobre as sarjetas

O colorido arco-íris no final da tempestade

O sol que queima o meu corpo impiedosamente

A sombra prazerosa das árvores

Lembram-me de ti



No outono,

A claridade ofuscante do dia

As folhas bailando ao vento

O vento tocando em meu corpo

O azul infinito do céu

O límpido luar sobre as montanhas

Lembram-me de ti



No inverno,

A fina chuva que cai

O intenso frio que machuca

O vinho que embriaga

O fogo que aquece

Lembram-me de ti



Na primavera,

A exuberância das cores

A beleza das flores

O canto dos pássaros

O sol e as gotas da chuva

Lembram-me de ti



Em ti, todos os meus sentidos são tempestades

Enchentes incontroláveis de desejo

Gritos inaudíveis

Faíscas intermináveis de paixão

Calmaria de prazer



Em ti, clareio, esclareço quem sou

Sou livre, solta no tempo

Montanhas de segredos revelados

Límpida vista de mim

Prisma multicor



Em ti, me aconchego

Fujo, aninho-me

Embriago-me de tudo que és



Em ti, sou múltipla

Inédita,

Rara

Inauguração

Recomeço

Sou o que sou.

3 comentários:

  1. Nossa, Valéria! Que poema lindo!

    Amei! Cheio de amor e paixão... uma mistura deliciosa de amor ardente e de doçura, de ternura que só o mais puro amor é capaz de fazer sentir... Lindo!

    Beijos, querida. :)

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  2. Oi Valéria, obrigado pela presença lá no Verseiro...
    O seu poema fala das quatro estações e das mudanças que cada uma nos traz, dificil não fazer a comparação com a nossa prórpia vida que as vezes parece ser regida também pelas estações...beleo poema Valéria...
    Um abraço na alma
    Bjo...valeuuu

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